segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu, jagoza, me declaro!

 
 
                        Ericeira
 
 
 
Às vezes, o Facebook pode ser uma coisa bestial. E não, não estou a falar de imagens de gatinhos, frases cheias de verdades absolutas, fotografias "do comer", vídeos que dão à idiotice toda uma dimensão intergalática... Bem, acho que este assunto terá de ficar para uma próxima. Lembrete mental, check. 
 
 
Como eu dizendo, ainda é possível encontrar coisas efectivamente interessantes na rede. E foi o que aconteceu quando me deparei com estes Clássicos da Ericeiramote para o post de hoje. Bem escrito, com bons conteúdos, e ainda por cima, falou-me ao coração. Sim, eu tenho coração, apesar dos meus ódios de estimação por vezes me obrigarem a derramar descargas de bílis. Há quem tenha alergia aos fenos, a mim a estupidez faz-me espirrar post's.
 
 
Adiante, embora não seja jagoza de nascença (jagoz/jagoza:termo coloquial que se atribui aos naturais da Ericeira), esta terra adoptou-me de tal forma que pouco tempo depois de  cá aterrar, não consigo viver sem algumas coisas: os meus próprios clássicos da Ericeira. A saber:
  • Acordar a ver a minha praia, sentar-me na minha esplanada e ouvir os surfistas e os pescas a mandar bitaites. Embora de maneiras diferentes, igualmente prazeirosos de se ouvir;
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  • Beber  a minha bica pingada no "Pão da Vila" e das duas uma: comer uma bola de berlim e auto-flagelar-me durante o resto da manhã, ou resistir e passar o resto do tempo a babar-me para a vitrine, qual oásis no deserto;
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  • Ir ao mercado comprar legumes e ser tratada por "filhinha" e "minha querida", enquanto me estendem molhos de salsa e coentros a custo zero. Sim, eu sou tuga, uma bela borla é coisa para me deixar feliz;
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  • Entrar no mercado, no andar do peixe, e ter as peixeiras a enfiar-me guelras de todo o tipo de peixe pelas retinas e/ou narinas adentro, de forma a comprovar a frescura: "Ó menina, este sargo ainda mexe!";
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  • Ir á Loja da Amélia, onde a própria da Senhora nos trata como se estivéssemos a entrar na sua sala de estar. Comprar as melhores azeitonas do mundo, e usufruir duma verdadeira Torre de Babel de pronúncias, onde se ouvem locais "né, prima" e tios "Pl'amor de Deus, não tem xuxu?" (sim, eu ouvi isto, não é caricatura!);
  • Lagartar numa qualquer esplanada dos Navegantes, enquanto se lê o jornal, um livro ou simplesmente se aprecia a conversa dos adolescentes da mesa ao lado, que dizem mais vezes "tipo" que o Vítor Gaspar diz "corte".
  • Aproveitar aquele solzinho de Março/Abril, que nos faz tirar a toalha de praia do armário, pouco depois de ter arrumado a árvore de Natal na dispensa. Ao mesmo tempo, ser jagoz é ir para a praia em pleno Querido Mês de Agosto, sabendo à partida que a qualquer momento pode começar a chover como se não houvesse amanhã;
  • Apoiar o  Grande Ericeirense, ver os jogos com  o melhor do ambiente de Liga dos Últimos (vamos em terceiro, atenção!): minis, sexagenários a gritar "És um ganda ranho!" , bifanas, ameaças de decapitação ao guarda-redes da equipa adversária... Que melhor maneira de passar um domingo à tarde? Força, Frente Jagoza!
  • Ir beber só uma mini ao final de tarde a Ribeira d'Ilhas, e chegar a casa às quatro da manhã a fazer a mais perfeita das imitações da filha do Eusébio. E polémicas municipais à parte, a tradição vai continuar a ser o que era, apenas mudou para São Lourenço;
  • Jantar no Monsieur Gerard, ser recebida com aquele adorável sotaque e ver como até mesmo a Ericeira pode ser cosmopolita: comer uma especialidade turca, servida por um luxemburguês, na costa portuguesa. Como não cair de amores por um sítio destes? Já para não falar do tinto da casa! Enfim...
  • Last, but not the least, my personal favorite: YouTube ao vivo nas Furnas. Juntar um dia de mar bravo e turistas a tentar captar belos momentos kodak na arriba. Encontrar um assento confortável e disfrutar o espectáculo: molhas verdadeiramente épicas. Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha (imaginar riso maquiavélico)!!!!
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E sobre a minha Ericeira, foi o que se me ofereceu dizer.
 

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