sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que é que o Relvas tem que eu não tenho...






Caríssimo Reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias,

Venho por este meio solicitar a revisão do meu curriculum académico, por forma a obter a minha licenciatura sem mais delongas, isto é, sem mexer mais uma palha, nem gastar mais um tusto.


Poderá considerar o meu timing oportunista, mas tomando como exemplo o exemplar Miguel Relvas, o oportunismo por si só é coisa para me valer meia dúzia de créditos, e parecendo que não com isso arrumava pelo menos um dos exames de segunda época.


Sei que como aluna de letras, o cálculo não é o meu forte, mas isso também não impediu o Guterres de ser Primeiro Ministro, por isso adiante. Proponho então que acompanhe as minhas contas, e solicito o seu auxílio para que perceba qual a variável que me está a escapar:


- No período Pré "Canudo à La Minute" Bolonha, frequentei a universidade até ao 3º ano, sendo que a minha licenciatura tinha a duração de 4 anos. Ora, quatro menos 3 é igual a um, resto zero. Certo? Errado.


- Ao regressar, no Pós Bolonha, com 27 cadeiras feitas no bolso, a duração da licenciatura diminuída para 3 anos, sou informada que preciso de mais 2 anos lectivos, para merecer o canudo.


Fico com a sensação que puseram o meu curriculum na máquina de lavar, no programa errado, e a modos que encolheu. Terá sido isso?


Já o Relvas, com menos cadeiras que a minha mobília de sala, está licenciado. Poderá achar que a voz da inveja me dominou, mas poderei comprovar que o meu currículo lhe dará razões para, sem apelo nem agravo, resolver a questão por aqui. Vamos então a uma comparação entre esta que vos escreve e o Ministro dos Assuntos Parlamentares:


Relvas: Deputado em 7 legislaturas
EU: Presidente da Assembleia cá de casa há 12 anos, por unanimidade. É certo que o plenário é relativamente mais pequeno, mas vos garanto, mais desafiante. A aprovação da moção de censura a deixar o prato na mesa depois do jantar demorou mais que um discurso do Fidel.


Relvas: Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira
EU: Faço uma picanha com feijão preto de ir à lágrimas, já para não falar que trato as caipirinhas por "ocê". E o Pepe está no meu onze ideal para a Selecção.


Relvas: Presidente da Assembleia Geral da Associação de Folclore da Região de Turismo dos Templários
EU: Fiz parte de um grupo de dança jazz na pré adolescência, com um repertório que contemplava pérolas como Roxette e a música do final do Dirty Dancing. Quem sobrevive a isto, dá conta do Orçamento de Estado com uma perna às costas.


Relvas: Secretário-Geral da JSD
EU: Presidente da Associação de Estudantes da Escola C+S de Colares.  Não cumpri nenhuma das minhas promessas eleitorais (como o Dia Mensal de Ameaça de Bomba ou a instalação de máquinas de imperial sala sim, sala não), aproveitei-me do cargo para passar à frente na fila do refeitório, e saquei umas moedas da tesouraria quando me faltavam trocos para o tabaco. Se isto não é veia política...


Exmo., não o quero maçar com mais comparações. O Sr. Ministro tem mais 18 cargos no CV, o que tornaria demasiado exaustivo este combate. Mas caso seja necessário o knock-out final, deixe-me acrescentar o seguinte: tenho três amigos em comum no Facebook com o Jorge Silva Carvalho. E mais: num momento de aflição urinária, no W.C. do Colombo, pressionei a Judite de Sousa para se despachar.

Fico assim a aguardar o certificado de habilitações na volta do correio.  E quanto a licenciaturas a jacto, é o que se me oferece dizer...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Expectativas...





Expectativa:        
1. Acto. ou efeito de expectar. = ESPERA

2. Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas (ex.: o livro superou as expectativas).
3. Acção. ou atitude de esperar por algo ou por alguém, observando. = ESPERANÇA
Eis senão quando vos falo num momento em que as expectativas da nação foram ao ar. A célebre frase "Jogámos como nunca, perdemos como sempre" foi hoje usurpada pela selecção Cristiano Ronaldo, também conhecida por alguns como Selecção Portuguesa.


 
Supostamente tinhamos o direito, havia uma relativa probabilidade, fiámo-nos no pressuposto, ou estávamos crentes numa silenciosa promessa que era desta que ganhávamos aos estupores dos espanhóis. Enquanto há tolice há esperança!


Sacanas das expectativas... Foram elas que nos lixaram! Não foi o Moutinho, não foi o Bruno Alves (porque raio é que no lance dos espanhóis ela bate na trave e entra, e no nosso não? Alguém me explica?).


 
Poderão pensar que é num momento de raiva insana gerada por esse fenómeno que é o Futebol, tão ou mais díficil de explicar que o do Entroncamento ( o qual desconheço mas detenho a fervorosa expectativa que é qualquer coisa de espectacular) que vos escrevo.


Não é o caso. O jogo de hoje pôs-me a pensar sobre o conceito de expectativa, provavelmente consequência deste meu momento de crise existencial (momento em que vivo actualmente em todo o seu esplendor e glória, sendo que felizmente não sou um homem careca de 40 e tais, senão já me tinha encalacrado toda para comprar um cabriolet vermelho).


E assim sendo:

Era expectável que uma democracia com quase 40 anos, não tivesse um ministro com fome de lápis azul, que utilizasse o método da D. Adozinda " Se falas da minha nora eu vou falar da tua cunhada, ó se vou".


 
Era expectável que um país que assistiu de plateia à obra do Sr. Aníbal enquanto Primeiro, não o elegesse para Presidente da República. Muito menos, DUAS VEZES (pensava eu, ingenuamente, que depois do caso W. Bush, o monopólio da estupidez estava definitivamente entregue aos americanos). A não ser que o país tenha sido atingido por um surto de amnésia, e eu se calhar nesse entretanto fui ao WC.


Era expectável que fizéssemos parte de uma União Europeia, digna desse mesmo nome, e que não vivêssemos numa espécie de apartheid onde somos todos pretensamente iguais, estrelas do mesmo céu, só que uns usam néon e outros lâmpadas de marca branca.


Não era expectável que Portugal ganhasse as meias finais, mas mesmo assim nós acreditámos e agarrámo-nos a essa esperança e esquecemo-nos da avalanche que nos está a cair em cima com a subtileza de uma bigorna.


 
Não é expectável que alguém leia estas minhas palavras, a não ser aqueles a quem implico veemente chantagem emocional. Desde já o meu muito obrigada, vocês sabem de quem é que eu estou a falar (e este foi o meu momento Octávio Machado, sempre quis ter um).


 
Expectativas à parte, daqui não saio daqui ninguém me tira. A blogosfera vai continuar a ter de levar comigo, e não há mais ditos até à morte. E que ninguém me leve a relativa probabilidade, me queira sonegar o pressuposto, ou contrarie a minha crença numa silenciosa promessa que algum dia é desta que alguém leva a sério as parvoíces que eu digo. Enquanto há tolice há esperança!


 
E sobre expectativas é o que se me oferece dizer...


sábado, 16 de junho de 2012




Daqui donde me encontro, parece-me absolutamente claro que o meu trabalho (que me dá mais ou menos o mesmo prazer que ouvir o Passos Coelho cantar), serve para pôr pão na mesa, para sustentar o tecto que cobre a mesa, e … E pouco mais, que a vida está pela hora da morte.




Daqui donde me encontro, o que mantém a minha sanidade acima da linha de água, e que evita a minha descida de divisão para um qualquer Miguel Bombarda na minha área de residência, são as palavras que V. Exas. lêem com maior ou menor prazer, dependendo do grau de alcoolémia (fica em suspenso a questão se estarei a falar do meu grau ou do vosso…).




Daqui donde me encontro, escrever é o meu tubo de escape (umas vezes mais poluente que outras, é certo) que impede que me torne numa megera odiosa e insuportável, que descarrega as suas frustrações nos elos mais fracos que estiverem mais à mão. Ou seja, se não fossem estas linhas, o meu marido e filhos ficariam sujeito ao jugo duma autêntica Merkel.




Daqui donde me encontro, posso parecer profundamente adepta das novas tecnologias, que sou, mas ver a minha verborreia impressa em papel à antiga lusitana, é para mim um autêntico Euromilhões. A ver se me faço entender, um texto meu num jornal está para mim, como o cofre da Câmara de Oeiras está para o Isaltino; como o Cristiano “ponho o meu dinheiro no bejarender” Ronaldo está para a Irina; como o “Contenente e os cubanos” estão para o Alberto João Jardim. Só que em bom...




Assim, daqui donde me encontro venho agradecer ao Jornal Daqui a imensa generosidade de publicarem os meus humildes escritos, que espero que contribuam positivamente para a publicação. Não há português que não pare quando avista um acidente, e eu estou a contar com esse lado mórbido do lusitano para aumentar as audiências. Assim, contem com uma amálgama de palavras quinzenalmente Daqui http://www.jornaldaqui.com.pt/(beliscar o lóbulo da orelha e abanar o mesmo enquanto se profere a expressão Daqui. Dá ênfase).




E sobre o Jornal Daqui, o melhor jornal do mundo e arrabaldes, é o que se me oferece dizer.





quarta-feira, 23 de maio de 2012

Primeiros-Ministros à Portuguesa



Tenho uma página em branco, mas falta-me a guitarra do Jorge Palma. E o talento dele. E a cirrose dele... Se bem que se volto a ouvir o Pinto da Costa a cantar, chego lá antes da Marta Leite e Castro encontrar o 888º "Amor da Minha Vida", e já só faltam três. Dois, desculpem, não tinha visto a capa da "Caras" desta semana. É quase tão difícil acompanhar a vida amorosa desta querida, como os movimentos da conta bancária do Isaltino Morais. Aquilo a que se chama na gíria, um entra e sai danado.


É facto, não me apetece escrever sobre nada em particular. É óbvio que o meu rating de empreendedorismo está claramente ao nível do EcoPonto. Nada que uma boa carta de demissão não resolva, segundo o nosso Primeiro-Ministro. O lema de PPC é "ser desempregado hoje em dia, nem sabes o bem que te fazia".


Mas esta ideia não é propriamente original num chefe de Governo, se bem que com remix. O nosso ex reconheceu primeiro esse oceano de oportunidades que é o desemprego... Demitiu-se, emigrou para Paris, e foi estudar filosofia, com o Alto Patrocínio da conta dos pais.


Ora, sobre este tema oferece-me dizer o seguinte

- Parece-me natural que esta decisão do nosso pseudo-Engenheiro tenha inspirado Passos Coelho. Caso contrário, o nosso actual primeiro continuava a ser Administrador/Assessor/Conselheiro/Adido de um número tão grande de empresas semi-privadas (empresa semi-privada:empresa que semi-delapida o herário público) que podíamos fazer um alfabeto temático. É que escolher um Primeiro-Ministro nestas últimas eleições, foi como escolher entre uma maçã podre e uma maçã com bicho: sorte a do Passos Coelho ter menos moscas à volta.

- Depois de um casting com artistas como Mário "Deserto" Lino e Manuel "Corninhos" Pinho, finalmente uma decisão inteligente, esta do Sr. Engenheiro. Parece-me de facto uma boa estratégia mudar de ramo, já que como político, José Sócrates lembra-me Coimbra: tem mais encanto na hora da despedida.

- Não deixa no entanto de ser irónico, como quase tudo neste cantinho à beira-mar largado. Creio que se fecha um ciclo. O pequeno José começa a vida com o Alto Patrocínio da conta de seus pais, o Engenheiro Sócrates no seu apogeu vive do Alto Patrocínio dos cofres do Estado, e agora volta à casa de Partida, com a mãe a bancar as sebentas ao Académico José.

- Percebo agora os jargões que tanto amamos "Porreiro, pá!" e "Mansa é a tua tia!" O plano Linda de Suza há muito que estava traçado, e frases como esta devem fazer o maior sucesso nas festas Erasmus. Saiu-me cá um camaleão este governante... Isto soou um bocadinho a pleonasmo, não?


E é o que temos: um demite-se, vai para o estrangeiro à procura do sentido da vida. O outro diz-nos para comemorarmos o facto do nosso patrão nos mandar à vida, comprando um bilhete de um só sentido para o estrangeiro. Tudo isto com o Alto Patrocínio do Eleitorado Português. Obrigada, Maioria Relativa. Dirijam-se ao check in mais próximo, por favor.

E sobre Primeiros-Ministros à portuguesa, é o que se me oferece dizer...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não passes a outro! Passa o mesmo!

Eu fiz rádio na faculdade, se é que se pode chamar aquilo que eu fazia, fazer rádio. Passo a descrever: presentear os ouvintes com uma selecção musical de bom gosto inquestionável, e intervalar essas pérolas musicais com tortura digna de um Tarrafal, isto é, a minha voz (que já ao natural é coisa para danificar os tímpanos mais sensíveis) amplificada pelas colunas espalhadas pelo campus. Ainda hoje estou convencida que aquele aumento de absentismo abrupto entre as 14:00 e as 15:00 das terças, tinha dedo desta menina. Mas adiante...
Por muitos defeitos que me pudessem apontar ao meu espaço hertziano (a lista é quase tão grande como o número de namorados da Marta Leite Castro. Bem, se calhar estou a exagerar), uma das minhas grandes preocupações era fazer boas "passagens". Nunca vos aconteceu escutar os primeiros acordes de um "Give it away" na rádio (é Red Hot Chilli Peppers, caso tenham chegado de Marte agora), aumentarem o som até o humanamente suportável, e levarem de seguida uma colisão frontal com um David Guetta featuring uma-qualquer-gaja-seminua. Tenham dó!
Caros e caras profissionais da rádio, ouçam a prece desta que vos escreve. Excluo desde já aqueles que padecem de esquizofrenia, única desculpa plausível para pôr no ar Shakira a seguir a Caetano Veloso (lá por eles serem do mesmo continente não quer dizer que a coisa corra bem). Caso ainda não teham percebido o flagelo a que sujeitam os vossos ouvintes, passo a exemplificar com uma singela analogia:
Caríssimas radialistas, imaginem o que é adormecer enroscada no peito do Johnny Deep e acordar com a cara colada nas pregas abdominais do Fernando Mendes.
Caríssimos radialistas, imaginem o que é adormecer a afagar o fio dental da Angelina Jolie e acordar a afagar o fio dental do Castelo-Branco.
Fui suficientemente gráfica? Ainda não? Imaginem-se a comer alheira com ovos moles. Estão ligeiramente nauseados? Também eu fiquei no outro dia quando ouvi Michel Teló a seguir a Pink Floyd.
E sobre "passagens", é o que se me oferece dizer...


quinta-feira, 29 de março de 2012

À procura do amor... Ou algo mais...


Não meus amigos, isto não é uma carta aberta. Não ando à procura do príncipe encantado. Felizmente, já encontrei um republicano que me encanta.

Venho hoje falar-vos sobre uma magnífica rubrica da revista fúcsia ANA. Isto sim, é serviço público, meus amigos. O El Dorado da paixão está à distância de um SMS.

Parece-me por demais evidente que a maioria dos interlocutores não é bem amor que procuram, é mais regabofe a custo zero. No entanto passo a citar alguns exemplos e tirarão as vossas próprias conclusões.

"Sexo por prazer. Convivo com meninas, senhoras e casais. Máximo sigilo. Só pessoas de nível. Margem Sul. Tlm..." Há quem faça sexo por convicção política, por obrigação contratual, por hobby, porque sim... Pois este nosso amigo de forma absolutamente inovadora, faz sexo por prazer. Ora aí está algo que nunca me tinha passado pela cabeça. Apesar de ter a seu favor o facto de ser dos que come e cala, muito gostaria que este nosso prazeroso amigo esclarecesse o conceito de pessoas de nível. Chamem-me conservadora mas o nível de alguém que responde a este tipo de anúncio está claramente abaixo da linha de água.


" Homem casado, 44 anos, muito meigo e carente, procura senhora carente, das Caldas da Rainha, Alcobaça, Leiria, que tenha carro para encontros casuais. Liga ou MMS com nome, idade, profissão. Beijo. Tlm..." É a crise meus amigos, é a crise... Se querem meiguice, têm aqui um homem à altura. Mas há que disponibilizar a logística, que as unidades hoteleiras de curta permanência, vulgo motel de beira de estrada, estão pela hora da morte. Quer miminhos, senhora carente? Traga o seu veículo de bancos rebatíveis, e venha praticar o adultério casual como se não houvesse amanhã.

"Senhora linda, com classe, 60 anos, procura senhor de nível, até 70 anos, que me ofereça uma vida confortável. Respondo só a quem tem os requisitos. Tlm..." Não só volta o conceito "de nível", como é utilizado por alguém com classe. No entanto, esta senhora além de linda é pragmática, pelo que neste caso acho que consigo perceber os conceitos. Ora vamos lá ver:
- senhora com classe: alguém que gasta o PIB do Luxemburgo num par de sapatos, sem ter trabalhado um minuto da sua vida para isso.
-senhor de nível: O otário que paga os sapatos e afins da dita senhora.


"Rui, Lisboa, procura mulher muito caseira, para namoro, que goste de cozinhar, tratar da roupa e cuidar do lar. Não a SMS, deve telefonar. Tlm..." Ó Rui, tu achas mesmo que convences alguém? Aquilo que tu queres não se chama namorada. Chama-se mulher-a-dias. Tu não andas à procura de amor, andas à procura de alguém que te passe a casa a pano, sem te levar 7,5 eur à hora.


"Sou o Manuel, solteiro, 69 anos, desejo fazer amizade com senhoras viúvas ou solteiras, dos 20 aos 72 anos. Zona de Lisboa. Tlm..." Gosto do Manuel. Ele não é dos que pesca à cana e devolve ao mar o peixe miúdo. Aqui temos um homem que atira a rede ao mar e desde que tenhas guelras, marcha. Dos 20 aos 72? O amor não escolhe idades, ou ser solteiro com 69 anos tirou-te as manias, Manuel? Tem idade para tirar a carta de condução? Marcha. O veículo que conduz é o suporte da garrafa do soro? Se tiver menos de 72, marcha também!


"Olá! Sou um homem de 34 anos, solteiro e independente, resido em Lisboa. Gostaria de conhecer uma mulher dos 30 aos 35 anos que saiba transportar a elegância das palavras. Embora a mulher tímida seja também irresistível. Sou um homem que priorizo a mulher espirituosa em conjunto com a timidez. Sou absurdamente atraído pela mulher perfumada. Tlm..." Queres o quê?? Acho que a técnica de sedução deste nosso interlocutor é confundir as mulheres até um estado de dormência tal, que deixam de ter poder de decisão. Tenho uma teoria, aqui para que ninguém nos ouve... Isto soa-me a Manuel Machadês. Estou convicta que foi o eloquente treinador de futebol que escreveu este anúncio. Refiro-me ao homem que quando quer dizer que um jogo de futebol foi bonito diz e passo a citar "No plano mais técnico, em termos da promoção da modalidade do futebol, que tão despida está de assistência, penso que hoje houve um bom jogo de futebol no plano estético" Faz sentido que para engatar uma miúda afirme "sou um homem que priorizo a mulher espirituosa em conjunto com a timidez" Só mais uma nota: Homem de 34 anos (que quase que aposto um rim que é o Manuel Machado) tu não és absurdamente atraído... És só um bocado absurdo...


Rapaz de Vila Nova Gaia, 34 anos, giro, bem alto, solteiro, gentil, doce meigo. Procuro mulher séria, simpática, mas com mamas bastante grandes. Só atendo chamadas. Tlm..." Ora cá está! Deixem-me cá partilhar mais uma teoria: Este nosso amigo "bem alto" (gosto do ênfase) quer uma gaja com mamas grandes. Não é o primeiro, não será o último, aliás faz parte dos 99,9% dos homens. Universo esse que, na minha modesta opinião, só querem um exemplar do sexo feminino com uns portentosos faróis. Não fazem questão de um sentido de humor refinado, mas não vivem sem um magnânimo par de seios. Passam bem sem uma companheira com quem possam discutir o conflito israelo-palestino, mas não dispensam uns nutritivos marmelos. Mas este nosso amigo achou que pôr um anúncio em que dissesse apenas "Quero Mamas Grandes!" era capaz de não ser boa ideia. Sensato, muito sensato!


"Rapaz solteiro, 32 anos, de Gondomar, bem constituído e alto, meiguinho. Quero mulher honesta, com seios bastante avantajados. Só atendo chamadas. Beijo doce. Tlm..." Ver teoria acima. Mais um que faz parte dos 99,9%! Adoro ter razão...

"Procuro namorada. Sou homem, 44 anos, solteiro, jardineiro municipal, tenho casa própria e carro. Moro com mãe, sou branco, gosto muito de fazer oral. Oeiras. Tlm..." Há características que algumas mulheres desejam. Há outras que deixam boa parte das mulheres felizes. Há atributos que a maioria escolhe como requisito sine qua non. Mas há uma que é o sonho de todas sem excepção, a fantasia de qualquer mulher e este homem exibe-a sem pudor. De forma corajosa, este homem clama aos quatro ventos: sou jardineiro municipal. E branco! Meninas, que querem trocar as reticências pelo contacto deste senhor: favor consultar o nº 773 da revista ANA. E não digam que vão daqui...

E sobre a procura do amor, é o que se me oferece dizer...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Desabafos: "Nunca me engano e raramente tenho dúvidas"

"Nunca me engano e raramente tenho dúvidas"
              
                    - Aníbal Cavaco Silva

Tornar-se-ia demasiado entediante (se é que não estão já aborrecidos) enumerar os pontos em que estou em desacordo com o Presidente da República Portuguesa, pois são inúmeros. Apenas a título de exemplo: não gosto de bolo rei, não como de boca aberta, engano-me amiúde, e dúvida é o meu nome do meio.


No entanto, existem uma série de coisas sobre as quais tenho muito poucas dúvidas, e resolvi partilhar algumas convosco (contenham o entusiasmo, já estou a sentir o soalho a tremer debaixo dos pés... Esqueçam, foi o Metropolitano que passou, diz que hoje não há greve). Resolvi chamar-lhe: Lista de Coisas sobre as quais tenho muitos poucas dúvidas. Ora toma, por esta é que não estavam à espera. Então cá vai:


- Se o meu marido me liga a meio da tarde para o emprego não é para perguntar como é que me está a correr o dia. É certo que a chamada começa com um "Está tudo bem, querida? Como é que te está a correr o dia?", mas invariavelmente desagua num "Estava a pensar ir jogar à bola/pescar...". Não me entendam mal, eu até acho fofinho. Ele finge que precisa da minha aprovação, e eu finjo que aprovo.

 

- Se a minha filha me diz: "Mãe estava a pensar pedir-te uma coisa, mas acho que não vais deixar...",provavelmente eu não vou mesmo. Justiça lhe seja feita: tão depressa é atacada por um surto de insanidade "Gostava taaaantoooo de ir ver os LMFAO ao Campo Pequeno !" como desce ao Planeta Terra assim que vê a minha cara a transformar-se no Vesúvio "Mas eu sei que não posso, porque só tenho onze anos, por isso esquece, Mãe, esquece..." Não me entendam mal, eu até acho comovente. Ela finge que é sensata, e eu finjo que acredito.

 

- Se o meu filho me aparece com cara de carpideira (daquele género que entra na igreja em pranto, vai direitinha ao caixão contemplar o semblante do presunto e ainda em soluços pergunta ao vizinho do lado "Tão novo, coitado! Quem era?") a queixar-se que foi  agredido pela irmã, qual talibã de bandelete, é certo e sabido que ele sim, lhe chegou a roupa ao pêlo. Digo mais, consigo classificar na escala de Richter a magnitude da lambada, pela cara dele: beicinho traduz-se num simples safanão, se me aparecer com  lágrimas em fio e tudo é porque a desgraçada ficou com uma nódoa negra de recuerdo. Não me entendam mal, eu até compreendo a dinâmica. Eu já fui a talibã de bandelete, e tinha um irmão que faria o Bin Laden corar.


- Se o Cavaco Silva diz estar sem apetite para usar a bomba atómica , em referência à dissolução do governo (19/01/2011), é certo e sabido que o detonador já estava na poltrona do Sócrates (31/03/2011), e não havia MacGyver por perto para cortar o fio azul (na dúvida é sempre o azul).  Se o mesmo Cavaco Silva diz que há dois anos já tinha avisado que estávamos à beira de uma situação explosiva (28/06/2011), se calhar esqueceu-se que há dois anos já era Presidente, e se não apagou o rastilho foi porque estava mais preocupado com as eleições para o segundo mandato. E para acabar, se o Sr. Aníbal diz que os seus rendimentos não chegam para fazer face às despesas, é... é... É simplesmente porque perdeu a vergonha na cara. Não me entendam mal, não é que seja novidade. Mas se vocês já se habituaram, eu teimo em não me habituar.


E quanto a isso, sem sombra de dúvidas, é o que se me oferece dizer.