quarta-feira, 23 de maio de 2012

Primeiros-Ministros à Portuguesa



Tenho uma página em branco, mas falta-me a guitarra do Jorge Palma. E o talento dele. E a cirrose dele... Se bem que se volto a ouvir o Pinto da Costa a cantar, chego lá antes da Marta Leite e Castro encontrar o 888º "Amor da Minha Vida", e já só faltam três. Dois, desculpem, não tinha visto a capa da "Caras" desta semana. É quase tão difícil acompanhar a vida amorosa desta querida, como os movimentos da conta bancária do Isaltino Morais. Aquilo a que se chama na gíria, um entra e sai danado.


É facto, não me apetece escrever sobre nada em particular. É óbvio que o meu rating de empreendedorismo está claramente ao nível do EcoPonto. Nada que uma boa carta de demissão não resolva, segundo o nosso Primeiro-Ministro. O lema de PPC é "ser desempregado hoje em dia, nem sabes o bem que te fazia".


Mas esta ideia não é propriamente original num chefe de Governo, se bem que com remix. O nosso ex reconheceu primeiro esse oceano de oportunidades que é o desemprego... Demitiu-se, emigrou para Paris, e foi estudar filosofia, com o Alto Patrocínio da conta dos pais.


Ora, sobre este tema oferece-me dizer o seguinte

- Parece-me natural que esta decisão do nosso pseudo-Engenheiro tenha inspirado Passos Coelho. Caso contrário, o nosso actual primeiro continuava a ser Administrador/Assessor/Conselheiro/Adido de um número tão grande de empresas semi-privadas (empresa semi-privada:empresa que semi-delapida o herário público) que podíamos fazer um alfabeto temático. É que escolher um Primeiro-Ministro nestas últimas eleições, foi como escolher entre uma maçã podre e uma maçã com bicho: sorte a do Passos Coelho ter menos moscas à volta.

- Depois de um casting com artistas como Mário "Deserto" Lino e Manuel "Corninhos" Pinho, finalmente uma decisão inteligente, esta do Sr. Engenheiro. Parece-me de facto uma boa estratégia mudar de ramo, já que como político, José Sócrates lembra-me Coimbra: tem mais encanto na hora da despedida.

- Não deixa no entanto de ser irónico, como quase tudo neste cantinho à beira-mar largado. Creio que se fecha um ciclo. O pequeno José começa a vida com o Alto Patrocínio da conta de seus pais, o Engenheiro Sócrates no seu apogeu vive do Alto Patrocínio dos cofres do Estado, e agora volta à casa de Partida, com a mãe a bancar as sebentas ao Académico José.

- Percebo agora os jargões que tanto amamos "Porreiro, pá!" e "Mansa é a tua tia!" O plano Linda de Suza há muito que estava traçado, e frases como esta devem fazer o maior sucesso nas festas Erasmus. Saiu-me cá um camaleão este governante... Isto soou um bocadinho a pleonasmo, não?


E é o que temos: um demite-se, vai para o estrangeiro à procura do sentido da vida. O outro diz-nos para comemorarmos o facto do nosso patrão nos mandar à vida, comprando um bilhete de um só sentido para o estrangeiro. Tudo isto com o Alto Patrocínio do Eleitorado Português. Obrigada, Maioria Relativa. Dirijam-se ao check in mais próximo, por favor.

E sobre Primeiros-Ministros à portuguesa, é o que se me oferece dizer...